Rebeldes tomam controle total de Bangui; capital é cenário de saques
EFE
Rebeldes tomam controle total de Bangui; capital é cenário de saques
Bangui, 24 mar (EFE).- Os rebeldes da coalizão Séléka tomaram o controle total de Bangui, capital da República Centro-Africana, de onde fugiu o presidente do país, François Bozizé, e onde são registrados casos de saques a lojas.
'Estamos percorrendo a cidade para garantir a proteção das pessoas e dos bens', declarou neste domingo o porta-voz militar da Séléka, Djouma Narkoyo.
No entanto, alguns moradores da capital centro-africana denunciaram atos de pilhagem.
'Os rebeldes saquearam a sede do KNK, o partido do presidente, no quarto distrito. Também saquearam casas de pessoas próximas a Bozizé', afirmou Brian Mogani, que vive na zona norte de Bangui.
'Estamos agindo para impedir os casos de pilhagem. Estes atos são cometidos por alguns de nossos homens, mas também por civis', explicou, por sua vez, Arda Hakouma, chefe do Estado-Maior da Séléka.
Os moradores de Bangui abrem caminho para os rebeldes, bem armados, que se deslocam em veículos e usam metralhadoras.
'Já não há esforços de resistência, mas pedimos à população que tenha cuidado', acrescentou Hakouma.
Fontes militares disseram hoje que Bozizé fugiu para a vizinha República Democrática do Congo após a tomada do palácio presidencial por parte de membros da Séléka.
A França, antiga potência colonizadora, pediu ontem à noite uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU devido aos eventos na República Centro-Africana, informaram fontes da presidência francesa.
Em janeiro começou no Gabão um processo negociador entre o governo e a Séléka, que culminou com a assinatura de acordos de paz no dia 11 daquele mês e que contemplavam um cessar-fogo e uma transição de um ano com um governo de união nacional que parece não ter atendido as exigências dos rebeldes.
Após terem dado um ultimato a Bozizé para cumprir uma série de reivindicações até a última quarta-feira, os rebeldes reiniciaram seus ataques e avançaram rapidamente até Bangui.
A coalizão Séléka, composta por quatro grupos rebeldes, pegou em armas no norte do país em dezembro de 2012 por considerar que Bozizé não tinha respeitado acordos de paz assinados em 2007.
Estes tratados contemplavam - entre outros assuntos - a integração de combatentes rebeldes ao exército centro-africano e a libertação de prisioneiros políticos.
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